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Para 'craques de concurso', organização garante emprego público
G1 consultou fiscais de renda aprovados em diversas provas.
Eles dão dicas para leitores que buscam cargo por meio de concurso.
Gabriela Gasparin Do G1, em São Paulo
Diminuir o tempo para o lazer. Começar a se preparar o quanto antes. Organizar melhor os estudos. Fazer a prova com confiança. Dicas simples, mas que estão entre as preferidas de quem entende de concursos. O G1 pediu conselhos para três “experts” que já passaram em vários concursos, entre eles o da Receita Federal, um dos mais esperados pelos candidatos.
Ricardo Ferreira, 38 anos, Demétrio de Macedo Pepice, 30 anos, e Alexandre Camara Meirelles, 39 anos, contaram o que fez a diferença na hora de encontrar uma vaga em uma repartição pública. Os três foram aprovados em concursos para cargos relacionados à área fiscal, uma das que oferecem os melhores salários na carreira pública.
Confira abaixo como cada um deles se preparou.
Demétrio Pepice
Filho de servidores públicos, Pepice interessou-se pela carreira pública por conta da influência dos pais. Formado em engenharia pela Universidade de São Paulo (USP), ele nunca exerceu a profissão. “Logo que me formei percebi que os salários e a estabilidade dos cargos públicos eram mais atrativos do que os oferecidos na área de engenharia”, diz.
Ele afirma que começou a estudar para concurso aos 24 anos, assim que concluiu a faculdade. “Como eu não trabalhava, tinha mais tempo para me dedicar.”
A facilidade de raciocínio lógico que tinha por conta da graduação o ajudou, mas ele diz que as matérias abordadas nos concursos fogem das vistas na faculdade, o que o obrigou a estudar.
No começo, o agente fiscal diz que não sabia por onde começar a estudar e procurou informação com outros concurseiros em sites, blogs e fóruns pela internet. “Descobri os melhores livros e como os candidatos faziam e comecei a fazer o mesmo”, diz. “Meus pais não ajudaram muito porque, na época que eles estudaram, as provas eram diferentes."
Para o primeiro concurso que prestou, o da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele pode se dedicar em tempo integral, pois não trabalhava. Nos outros concursos, já empregado, ele diz que estudava cerca de três horas por dia, depois que chegava do trabalho. No final de semana eram oito horas seguidas no sábado e outras oito horas no domingo. Mesmo depois de aprovado em um cargo, Pepice prestava outros concursos por conta dos melhores salários.
O concurseiro explica que adotou um método no qual descansava de 20 a 15 minutos a cada uma hora e meia de preparo, sempre alternando as matérias. “Eu não fazia nada além de estudar, cheguei a explicar para a família que ficaria mais reservado por conta disso”, diz. Ele também não namorou no período.
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Eu não fazia nada, cheguei a explicar para a família que ficaria mais reservado por conta dos estudos."
Quando o concurseiro não tinha muito conhecimento a respeito de uma matéria, como as voltadas para a área jurídica, ele buscava cursos que ajudassem na compreensão do tema.
“Primeiro eu me preocupava em aprender o tema. Depois que eu já sabia a teoria, fazia exercícios de provas anteriores e simulados”. Ele estima que, caso fosse dividir o tempo de estudo, 40% seria para aprender a matéria e outros 60% para fazer os exercícios.
Para ele, estudar ajudava inclusive a combater o nervosismo na hora da prova. “Quanto mais preparado o candidato está, mesmo que fique nervoso, o nível de conhecimento é o suficiente para passar”, diz.
O fiscal tinha em mente que passar só dependia dele. “Em vez de eu disputar com os outros, sempre tentei lutar comigo mesmo. Pensava ‘se eu tiver nota acima de determinada pontuação, consigo passar’”
Ricardo Ferreira
Ele perdeu as contas de quantos concursos já passou, mas garante que foram mais de dez. Para ajudar aqueles que ainda estão na fila por uma cadeira em uma repartição pública, Ferreira escreveu o livro “Manual dos Concurseiros - Dicas e estratégias para passar em concursos”, da Editora Ferreira.
Para ele, a vontade de ingressar na carreira pública veio depois que foi reprovado nas seleções de empresas privadas. “Passava nos testes escritos, mas era reprovado por critérios subjetivos”, diz.
O primeiro concurso que prestou foi para escriturário do Banco do Brasil. “Como as matérias eram parecidas com o que eu via na faculdade de ciências contábeis, consegui passar”, revela.
O fiscal conta que sempre usou como referência para os estudos provas anteriores da mesma organizadora do concurso que pretendia fazer.
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Eu evitava estudar com sono, com fome, cansado ou estressado.” "
O estudo durava em média três horas por dia, priorizando a qualidade e não a quantidade. “Eu tentava transformar as informações em um sistema de lógica, sem decorebas”.
Como sempre precisou trabalhar, nunca teve tempo integral para os estudos e, por isso, buscava aproveitar momentos como viagens de ônibus e filas de espera para ler. “Eu evitava estudar com sono, com fome, cansado ou estressado.”
Ferreira afirma que lia as matérias básicas dos concursos da área de interesse, a fiscal, sem nem mesmo saber para qual concurso estava se preparando.
Quando saía a autorização de um concurso, ele já corria atrás de informações de provas anteriores. Dessa forma, após a publicação do edital ele só precisava se atentar às matérias específicas ou a novidades.
Ele afirma que abriu mão de uma série de coisas. "À noite, em vez de ligar a TV, lia um livro. Eu reservava só o domingo para ir à praia e namorar." Ele sugere que, como estímulo para os estudos, os concurseiros mentalizem os resultados positivos que terão depois de aprovados.
Alexandre Meirelles
Prodígio, Meirelles começou a prestar concurso público aos 14 anos, quando ainda não sabia direito o que pretendia ser quando crescesse. Foi aprovado nas escolas de cadetes da Aeronáutica e do Exército, onde chegou a cursar os dois primeiros anos.
Desistiu da carreira militar para prestar vestibular e ingressar no curso de informática na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Porém, nunca trabalhou na área, da qual desistiu assim que foi aprovado no concurso para fiscal da prefeitura de Belo Horizonte.
Meirelles se interessou pela carreira pública influenciado pelo pai de um amigo. “Ele dizia que trabalhou em empresas privadas a vida toda, mas foi quando entrou para a área fiscal na carreira pública que encontrou tranquilidade e um salário digno”, disse.
“Hoje, o pai desse meu amigo se aposentou e mora no Guarujá [litoral de SP] com sua esposa, feliz da vida, curtindo o salário integral de quando era da ativa”, completou.
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Quando eu comecei a estudar, parecia um ‘vegetal’, só saía de casa para trabalhar e, de vez em quando, sair para jantar com minha mulher."
Para Meirelles, não existe aprovação sem muita dedicação aos estudos. “Quando eu comecei a estudar, parecia um ‘vegetal’, só saía de casa para trabalhar e, de vez em quando, sair para jantar com minha mulher”, diz.
Ele acredita, porém, que a preparação deve ser saudável. “Estudava o máximo que eu conseguia com saúde. Procurava dormir de seis a oito horas por dia”.
É preciso, crê, aprender a estudar. “Uma pessoa que nunca estudou vai demorar mais tempo para se organizar do que aquela que se preparou para provas por mais tempo." Os estudos começavam um ano antes da prova. Quando saía o edital, direcionava os estudos para as matérias novas ou específicas. Ele também fazia exercícios de provas anteriores feitas pela mesma banca do concurso.
Para o agente fiscal, é importante que os concurseiros busquem informações sobre bons cursos e livros antes de “mergulharem” nos estudos.
“Sou fiscal há 15 anos e nunca, nem por um segundo sequer, me arrependi do dia que resolvi me dedicar aos estudos para concursos. Foi a melhor escolha da minha vida, sem dúvida alguma", diz.
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