Beleza não basta
A falta de espaço nos centros urbanos e o custo elevado dos materiais de construção são apenas alguns dos fatores que transformaram os “artistas do concreto”, responsáveis por obras arrojadas nos anos 60, em profissionais cuja criatividade não deve perder de vista a funcionalidade e o máximo aproveitamento dos locais onde as pessoas moram, trabalham e se divertem. Assim, a beleza das linhas arquitetônicas das edificações é uma preocupação cada vez mais atrelada à necessidade de conhecimentos técnicos para usar corretamente os materiais e criar obras com boas condições de acústica, ventilação, iluminação, entre outros fatores que garantam conforto e bem-estar.
Além de projetar casas e edifícios, o arquiteto também pode fazer projetos para ambientes internos, ou se especializar em urbanismo ou paisagismo. A tarefa do urbanista é traçar vias de tráfego, áreas de moradia e espaços de lazer, sempre planejando a cidade para que ela cresça ordenadamente. O arquiteto paisagista se encarrega de amenizar o cenário árido das metrópoles e contribuir com a melhoria da qualidade do ar, desenhando parques, praças e jardins. Além desses campos, muitos arquitetos também trabalham com comunicação visual e design gráfico. Recentemente, estiveram em alta profissionais capazes de atuar na recuperação arquitetônica de cidades históricas, como aconteceu em Salvador (BA) e no Recife (PE), onde foram desenvolvidos projetos de preservação regional.
Para dar conta de tantas especialidades, o arquiteto precisa ter uma formação generalista, que é proporcionada por grande parte dos cursos. Da grade curricular constam disciplinas com conteúdos técnicos e humanísticos. Conforto ambiental, estética e história, desenho de artes, projeto arquitetônico e urbanístico, paisagismo e história da arquitetura são algumas delas. Há faculdades que enfatizam a formação técnica. Por isso, convém checar o enfoque dos currículos antes de fazer a opção.
A proliferação de faculdades de Arquitetura, no Brasil, vem resultando na queda da qualidade de ensino, na opinião de Valter Caldana, coordenador da Comissão Ética do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), em São Paulo: “Dos seis cursos que existiam na década dos 70, hoje temos cerca de 40, só no Estado de São Paulo. Muitas faculdades não disseram ainda a que vieram. Mas quem concluir um bom curso estará apto a fazer muito mais do que projetos arquitetônicos”, ressalta Caldana. Segundo ele, as grandes construtoras podem se dar ao luxo de contratar arquitetos para gerenciar obras. “Algo impensável poucos anos atrás”, avalia.
O calcanhar-de-aquiles da profissão costuma estar nas crises econômicas, que atingem, sobretudo, quem faz projetos de obras: “Em tempos de recessão, esse é o primeiro setor que pára, com reflexos em muitos outros. Isso porque, na cadeia econômica, para cada metro quadrado de parede que se levanta, estão envolvidas cerca de 80 pessoas, em diferentes áreas.” O piso da categoria é de seis salários mínimos para seis horas de trabalho.
Duração média do curso: cinco anos
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