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O momento não é de aventuras, e sim de manter o emprego ou avaliar bem antes de se movimentar para mudar de trabalho, dizem especialistas.
A razão para tanta cautela é a crise econômica, que está gerando
milhares de demissões no país - 654 mil postos de emprego com carteira assinada foram fechados no mês de dezembro, segundo o Ministério do Trabalho.
Para consultores ouvidos pelo G1, o profissional deve se empenhar para manter o emprego, avaliar a situação da empresa em que trabalha para saber se deve procurar emprego em outro lugar, ou ainda se informar sobre a condição econômica das demais companhias de seu setor antes de optar pela mudança.
Bom senso
A consultora especializada em seleção de executivos para empresas, Maria Paula Sampaio, não recomenda a mudança de emprego neste momento.
“Não tem nem o que discutir. O momento não é para grandes aventuras, a não ser que a pessoa esteja numa situação insuportável.”
Segundo ela, o mercado não está cheio de ofertas, e a saída da empresa pode levar à frustração e à sensação de que o currículo não é bom.
“Tem que ter bom senso. Qualquer profissional deve dar o melhor de si, e agora é exatamente o momento em que a empresa vai avaliar o funcionário e quais os valores que farão ele permanecer. Os mais prestigiados serão aqueles que trarão soluções, não problemas”, diz.
Para a consultora, se o funcionário está insatisfeito, esse é um bom momento para se preparar para o fim da crise. “É preciso avaliar os rumos que se quer tomar na carreira, verificar se tem as habilidades para isso.”
Maria Paula recomenda que os profissionais façam cursos de aperfeiçoamento, fortaleçam os potenciais que consideram importantes, para ter capacidade de competir depois que o mercado reagir.
Mudar?
Para Vitor Paschoal, diretor de inovação do Grupo DMRH, consultoria em recursos humanos, a mudança de emprego sempre pode ocorrer, independente se o momento é de crise econômica.
Mas, segundo Paschoal, algumas perguntas devem ser feitas pelo funcionário antes de ele tomar qualquer decisão.
São elas: Estou sendo bem avaliado? A empresa tem investido em mim? A companhia está proporcionando cursos, treinamento, oportunidades de crescimento? Existe uma promoção à vista? O mercado está aquecido? Que impacto a crise terá na empresa? Estou feliz? Gosto do que eu faço? Estou satisfeito com meu salário e os benefícios? O ambiente de trabalho é bom? Eu gosto dos meus colegas e do meu chefe?
“Às vezes a pessoa está infeliz no trabalho, mas o salário é bom, ou está feliz, mas ganha mal. Se ganha bem, mas está infeliz, faça um planejamento de seis meses a um ano para fazer a transição para um emprego que não ganha tanto mas o faça feliz.”
Motivos
Paschoal afirma que os critérios para cortar funcionários variam de empresa para empresa. Algumas cortam pelos salários mais altos, seja pela diminuição da capacidade de contribuir, seja pelo peso do salário dentro da empresa.
Há também as que cortam os recém-contratados, pelo custo menor com encargos trabalhistas. Mas podem também decidir manter os de maior salário, pela experiência, ou os mais novos, pelo talento e pelo processo demorado de contratação.
Para o consultor, o profissional que está atento e percebe as relações na empresa pode diagnosticar as possibilidades que tem.
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